Nesta semana começam a funcionar em quatro pontos da cidade de São Paulo radares que calculam a velocidade média entre dois pontos
ALEXANDRE PELEGI
Começa esta semana em São Paulo um novo sistema que irá identificar se o motorista respeita o limite de velocidade definido nas principais vias da cidade. Será pela velocidade média num determinado trecho de via.
A ideia é acabar com a velha malandragem do motorista, que freia sempre quando se aproxima do radar, para voltar a acelerar quando se distancia dele.
Esta prática, que já virou rotina principalmente nas estradas brasileiras, tem tornado os radares uma peça de ficção, uma espécie de política do “me engana que eu gosto”.
Primeiramente em quatro pontos da cidade, os radares estarão programados para medir a velocidade média dos carros. Eles funcionarão aos pares: no primeiro ponto, quando o carro ar, a hora e a placa ficam registradas. No segundo ponto, a dois quilômetros e meio de distância, um sistema de computador calcula quanto tempo o carro levou para percorrer desde o primeiro ponto e define a velocidade média até lá. Se o veículo estiver acima da velocidade permitida para a via, o motorista ficará em situação ível de punição.
Como esse tipo de medição de velocidade ainda não está previsto no Código de Trânsito Brasileiro, a infração não se transformará em multa. Assim, o máximo que o motorista receberá em seu endereço será uma carta da prefeitura, avisando-o que ele excedeu o limite de velocidade. Uma espécie de “multa moral”.
O secretário municipal de mobilidade e transporte da prefeitura de São Paulo, Sérgio Avelleda, em entrevista ao Jornal Nacional desta segunda-feira (30), disse que a ideia de controlar a velocidade “é uma ideia de segurança”.
Segundo Avelleda, “se uma via tem uma velocidade máxima, é porque os engenheiros disseram que essa é a velocidade segura. A velocidade média nos permite controlar o cumprimento da legislação durante um tempo. Portanto, as pessoas que respeitarem as regras aqui estarão oferecendo maior segurança a si próprias e a terceiros”, concluiu.
Enquanto isso, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aguarda resposta da consultoria jurídica do Ministério das Cidades para saber se pode ou não regulamentar a fiscalização por velocidade média.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte