SPTrans vai calcular externalidades e benefícios sociais e ambientais dos ônibus em São Paulo 3n6k2n

Ônibus transportam a maior parte das pessoas na cidade de São Paulo, mas prefeitura não sabe o tamanho do benefício

Metrô e TM já fazem o levantamento que mostra que investimentos em transporte público trazem qualidade de vida e ganhos financeiros para as cidades

ADAMO BAZANI

A SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema de ônibus e táxis da cidade de São Paulo, a exemplo do que o Metrô e a TM já fazem com suas redes, vai começar a calcular as externalidades e os benefícios sociais e econômicos dos ônibus municipais na capital paulista.

A informação é do secretário municipal de mobilidade e transportes , Sérgio Avelleda, ao Diário do Transporte, nesta semana, durante apresentação de nova planilha para definição de tarifas de ônibus, elaborada pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos. No evento, tanto o secretário como outros especialistas defenderam que as chamadas externalidades, por exemplo, benefícios econômicos pela redução da poluição e dos tempos de deslocamentos, em a ser contabilizadas para que parte destes ganhos seja revertida para custear os transportes coletivos, tanto na forma de obras de expansões de trilhos e corredores de ônibus, como para redução nas tarifas.

Segundo Avelleda, o cálculo dos benefícios dos ônibus é mais difícil que do Metrô e da TM. Não há data para que os balanços sejam divulgados, mas a determinação para a escolha da metodologia mais adequada já foi feita.

“Nós já temos conversado com a SPTrans para que e a incorporar uma metodologia de divulgação. Talvez seja mais complexo porque o Metrô por ser um sistema fechado tem mais facilidades de contabilizar. Nós [ônibus municipais] somos um sistema aberto, com diversos operadores e a metodologia é mais complexa, mas é uma tarefa dada a SPTrans, sim, incorporar as externalidades positivas do sistema de ônibus” – disse Avelleda.

Mais de 70% das viagens em transporte público da cidade de São Paulo são em ônibus que, contando com as integrações, transportam nove milhões de pessoas por dia.

Balanços sociais, ambientais e econômicos de 2016 (o último ano fechado) mostram que a operação das linhas de metrô e de trens trouxeram benefícios da ordem de R$ 21 bilhões com  a redução de emissões de poluentes, redução de consumo de combustível, redução do custo operacional de ônibus e carros, redução do número de acidentes, redução da manutenção viária, redução do tempo de viagem:

METRÔ:

TM:

Nem é necessário ser especialista ou estudioso para entender que os transportes coletivos trazem diversos benefícios à sociedade, não apenas os relacionados aos deslocamentos.

Ao contribuir para a diminuição do trânsito e da poluição, uma rede de transportes públicos integrada e de qualidade traz ganhos econômicos e sociais, como o aumento da produtividade e do tempo disponível dos trabalhadores;  menos recursos necessários para expansão e manutenção de vias públicas e sinalização; menores gastos com saúde pública, em especial os relacionados aos acidentes de trânsito e à poluição; maior movimentação de recursos no comércio, atividades recreativas e educacionais e menos custos com combustíveis.

Um estudo de mobilidade urbana organizado pela Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, em 2016, estima quanto estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais perdem perder por causa da imobilidade devido ao excesso de veículos.

A perda de produtividade com cidadãos presos em seus carros no trânsito chega, de acordo com o estudo, a R$ 53,4 bilhões por ano no Estado de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, deixaram de ser produzidos R$ 24 bilhões em serviços e produtos e, em Minas Gerais, a perda foi de R$ 7 bilhões .

Se fossem levados em consideração outros dados, como os gastos com a saúde pública devido a acidentes de trânsito e à poluição, por exemplo, os custos dos congestionamentos, somente em São Paulo, poderiam ultraar R$ 800 milhões.

O direcionamento dos benefícios econômicos dos transportes para os próprios sistemas de trilhos e ônibus é defendido por diversos especialistas.

Em evento que teve cobertura do Diário do Transporte, o engenheiro Adriano Murgel Branco, que atua no setor de transportes públicos desde os anos de 1960 e que esteve à frente em 1978 de um plano de expansão de trólebus na cidade, disse que está na hora das externalidades entrarem na conta dos financiamentos.

“Já ou do tempo de concretizar essas externalidades que são reais. Quando tem greve de ônibus e metrô, a cidade para, o prejuízo é enorme. Esses dias são um exemplo dessas externalidades. É questão de justiça” – disse.

Relembre:

ASSISTA: “É um erro insistir no custeio do transporte público apenas pela tarifa”, diz especialista

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    A CMTC, se não me falha a memória “fechou” na década de 90.

    E até hoje a fiscalizadora não tem esses dados ???

    Depois não sabem porque o buzão está em queda livre.

    PREVISIVELLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

    Ou tem mas não divulga e lá vai mais uns milhõezinhos dos contribuintes para o lixo, ou melhor para o bolso das consultorias “especializadas”

    E ai já publicaram o trabalho que foi realizado na gestão ada ??

    E o que está senso feito nesta Jestão, quando será publicado.

    Todo mundo fingindo de morto né.

    Que beleza né…

    O Diário podia solicitar essa publicação com base na lei da informação e por ser a imprensa digital.

    Fica ai a sugestão.

    Att,

    Paulo Gil

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