Prefeito do Rio contesta Rio Ônibus, e diz que não dará aumento de tarifa em 2017 58544q

Publicado em: 10 de junho de 2017 5jt6u

Marcelo Crivella rebateu queixa do Rio Ônibus de que congelamento da tarifa estaria provocando “prejuízos incalculáveis”

ALEXANDRE PELEGI

A queda de braço travada entre prefeitura e empresas de ônibus a respeito do valor das tarifas continua quente no Rio de Janeiro.

O prefeito Marcelo Crivella afirmou nesta manhã de sábado (10) que, se depender dele, não haverá reajuste das tarifas em 2017.

O assunto, que está tramitando na Justiça, tem irritado os empresários de ônibus do Rio, para quem o congelamento tarifário estaria provocando “prejuízos incalculáveis”.

O prefeito rebate, lembrando os investimentos que o setor público fez na implantação dos corredores de BRT.

A guerra, que já chegou aos tribunais, tem esquentado nas manifestações feitas pela prefeitura e por empresas. O sindicato que representa as empresas de ônibus publicou anúncio nos jornais em que alegava que o sistema de transportes está em colapso por conta do congelamento da tarifa. “Ao não cumprir o contrato de concessão, que previa o reajuste da tarifa no início do ano, a prefeitura vem destruindo empresas que são responsáveis pelo transporte de mais de 3 milhões de ageiros por dia, causando prejuízos incalculáveis a moradores de toda a cidade”.

Segundo o “Rio ônibus”, mais de 3 mil rodoviários já perderam seus empregos, e sete empresas já fecharam as portas, sendo que 11 estão muito perto de encerrar suas atividades. O sindicato afirma também que as decisões da prefeitura “criaram uma verdadeira farra de vans e kombis. Muitas delas operam ilegalmente e sem fiscalização, totalmente à margem à lei”.

Leia abaixo a nota completa da Rio Ônibus.

GUERRA NA JUSTIÇA:

O desembargador Edson Aguiar de Vasconcellos, da 17ª Câmara Cível do Rio, determinou semana ada a suspensão da liminar que permitia o reajuste das tarifa das agens de ônibus de R$ 3,80 para R$ 3,95. A liminar tinha sido expedida pela 15ª Vara de Fazenda Pública do Rio, em atendimento ao pedido dos quatro consórcios que exploram as linhas municipais (Internorte, Intersul, Santa Cruz e Transcarioca), no dia 25 de maio.

No anúncio publicado na imprensa, a Rio Ônibus alega que o congelamento da tarifa impede a renovação da frota, com a compra de novos veículos com ar-condicionado.

A prefeitura contra-atacou, e fez publicar um anúncio neste sábado onde rebate a crítica das empresas de ônibus de que estaria sendo omissa.

“A istração Municipal age em nome do interesse público ao impedir que seja concedido reajuste em parâmetros distintos aos do contrato de concessão, entendimento reconhecido pela Justiça, que manteve o valor da tarifa em R$ 3,80, até que seja julgado o mérito contratual”, diz o texto.

TÁXIS NO CORREDOR DO BRT TRANSCARIOCA:

‘Consórcio BRT’ faz críticas à decisão da prefeitura do Rio de liberar táxis em corredor exclusivo do Transcarioca. (Relembre: – /2017/06/09/nota-do-consorcio-brt-faz-criticas-a-decisao-da-prefeitura-do-rio-de-liberar-taxis-em-corredor-exclusivo-do-transcarioca/)

O prefeito Marcelo Crivella aproveitou para defender a Portaria da Secretaria municipal de Transportes da prefeitura do Rio de Janeiro, publicada no Diário Oficial de ontem (9), que liberou a circulação de táxis no corredor Transcarioca nas proximidades do aeroporto Internacional Tom Jobim. A medida foi duramente criticada pelo Consórcio BRT através de nota, divulgada na tarde do mesmo dia (9). O consórcio chega a classificar a decisão da prefeitura como um ato “equivocado e irresponsável”.

Crivella garantiu hoje que não voltará atrás na decisão de permitir a circulação dos táxis no Corredor Transcarioca do BRT. A decisão, segundo o prefeito, beneficia os motoristas de táxis que alegam ter perdido receita, por conta da concorrência gerada pela entrada no mercado de aplicativos, como o Uber. Crivella disse estar tranqüilo quanto aos riscos de acidentes na calha, alertados pelo Consórcio BRT.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes