Pesquisa da NTU descreve cenário devastador para empresas do transporte público urbano 4h5i71

Otávio Cunha, presidente da entidade, defende Cide Municipal como saída imediata para uma crise sem precedentes

ALEXANDRE PELEGI

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU revelará hoje uma pesquisa que mostra um cenário de piora acentuada entre as empresas de transporte público urbano. O estudo foi elaborado pelo Instituto FSB Pesquisa.

Revelada em primeira mão pelo jornal Valor Econômico (dia 1 de junho), os dados antecipados pela reportagem de Luciano Máximo apontam uma série de dificuldades que vêm se agravando nos últimos três anos (de 2014 a 2016), marcados por forte recessão econômica.

A maioria das empresas de ônibus do país têm lutado para sobreviver em meio a uma perigosa mistura de indicadores negativos: demanda em queda, perda de mão de obra e endividamento e índice de encerramento de atividades em curva decrescente.

O levantamento, que será divulgado hoje em Brasília no seminário “Transporte público urbano: desafios e oportunidades”, organizado pelo Valor Econômico, mostra que a demanda do setor caiu 16,5%, despencando de 382,4 milhões de ageiros transportados para 319,3 milhões de 2014 a 2016. A pesquisa usou como universo amostral 225 empresas em 115 municípios brasileiros, com uma frota total de 32.349 ônibus.

Com a queda da demanda, foram demitidos mais de 7 mil trabalhadores: em 2014 o setor contratava 140,6 mil trabalhadores, e findou 2016 com um efetivo de 133,5 mil funcionários. No mesmo período foram fechadas 56 empresas de ônibus, por falência ou perda de contratos públicos.

Entrevistado pelo Valor, o presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, afirma: “quase 68% das companhias avaliadas têm hoje algum tipo de dívida, a maioria de origem tributária ou previdenciária – três em cada dez não contribuíram regularmente com a Previdência Social”.

Ainda segundo a reportagem do jornal Valor Econômico, o presidente da NTU atribui esses problemas, em geral, à pobre formulação de políticas públicas há mais de 20 anos. “As dívidas, em média, superam 30% do faturamento anual das empresas. É uma situação preocupante, que expõe uma crise que compromete o serviço oferecido aos usuários do sistema de transporte público urbano [ônibus]. Nos últimos 20 anos o setor tem perdido demanda, produtividade e sofre com a ausência de políticas públicas para socorrê-lo. O endividamento é reflexo dessa situação que pode tomar proporções ainda maiores. Enquanto os custos do transporte público forem pagos somente pela tarifa, a situação só tende a se agravar”.

Enquanto em países desenvolvidos os ônibus recebem subvenção do Estado – parte da tarifa custeia a operação, e outra parte remunera os operadores -, no Brasil inexiste política de apoio ao transporte público urbano.

Como saída para a crise, o presidente da NTU defende a constituição de um fundo para sustentar a demanda de ageiros e de infraestsrutura. A solução, que vem sendo defendida por cidades brasileiras através da FNP – Frente Nacional de Prefeitos, é a criação de uma Cide municipal, cobrada direto na bomba do posto de gasolina, que daria liquidez ao fundo e ajudaria nos investimentos.

Otávio conclui: “só com a tarifa atual não é possível melhorar a operação, mal dá para manter, por isso que a população reclama de serviços ruins”. E acrescenta: “quase 25% das empresas avaliadas na pesquisa declararam que não tiveram reajustes tarifários em 2016. Essa insegurança contratual prejudica muito a operação”, conclui.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. essa crise toda leva ao crescimento do transporte clandestino, vai inchar tanto o sistema, depois não consegue voltar atrás, devido principalmente aos danos sociais .

  2. Anônimo disse:

    Bom dia.

    Depois da porta arrombada, vem o choro.

    A maioria (não todos, pois ainda existem uma meia dúzia, de apaixonados e lutadores) empresários de ônibus, que, praticamente vem matando, pouco a pouco, a galinha dos ovos de ouro, agora, pedem socorro.

    Mas o que esperar, de semi analfabetos (porque ter diploma de faculdade, praticamente comprado, não quer dizer muita coisa), seguidores da equação = ônibus SUPER LOTADOS + ÔNIBUS ATÉ NOVOS MAS JÁ SUCATEADOS PQ NÃO PRECISA DE MANUTENÇÃO, AFINAL MANUTENÇÃO É PARA A LAND ROVER DO CAIPIRA DO DONO DA EMPRESA QUE FAZ DE TUDO PARA APARECER O QUE NÃO É + MESADA / CAFEZINHO / PROPINA (HÁ VÁRIAS DENOMINAÇÕES AO GOSTO DO CLIENTE) PARA OS PREFEITOS E OUTRAS AUTORIDADES DO SETOR DE TRANSPORTE PARA FRAUDAR CONCORRÊNCIAS, PERSEGUIR CONCORRENTES, TUDO ISSO SOMADO = FIM DE LINHA.

    Ainda há salvação… O setor precisa de um choque de capitalismo + VERGONHA NA CARA DE POLÍTICOS / EMPRESÁRIOS / AUTORIDADES FISCALIZADORAS.

    Menos Constantinos, Borgliatos (viu o viúva do Balthazar), Ruas e tantos outros que posam de bem sucedidos, mas que, se fizeram sabotando os outros e obtendo favores do poder público, ou, vocês já se esqueceram o que a Zélia, ex. Ministra da Fazenda, fez, ao avisar o Constantino, sobre o confisco do dinheito, na calada da noite, LIVRANDO A CARA DO CHAPEULUDO, deixando com gaita para assediar os outros que não tiveram tal benesse ?????????

    Mais TUSA, GATO PRETO, URUBUPUNGA, LEBLON, METRA, DEL REY DE CARAPICUIBA E FORRRRAAAA COM OS LIXOS…. TIPO SUZANTUR (EMPRESA DE FACHADA)… SAMBAÍBA (AH QUE SAUDADE DA BRASIL LUXO, PARECE ATÉ O SEO BELARMINO DESAPRENDEU)… SEM FALAR OS FERROS VELHOS DO MORTO VIVO E FORAGIDO, DO BALTHAZAR, PADRINHO DO BORGLIATO.

    É isso.

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