Consórcio BRT diz que secretário desconhece sistema ao citar demanda de Transolímpica 1e2i2x
Publicado em: 10 de maio de 2017 e33t

De acordo com Fernando Mac Dowell, valor da tarifa afasta ageiros. Empresas também criticam comparação com o Transmilênio, de Bogotá.
ALEXANDRE PELEGI
O Consórcio BRT, responsável pelas operações dos corredores de ônibus no Rio de Janeiro, contestou a afirmação do secretário municipal de transportes, Fernando Mac Dowell que ligou a queda no número de ageiros ao valor da tarifa.
A declaração foi à imprensa do Estado, quando o secretário comentou os dados sobre a demanda do BRT Transolímpica, que hoje é menor do que o projetado quando o sistema foi inaugurado.
O BRT Transolímpica, que liga a Vila Militar à Barra da Tijuca, teve um custo de R$ 2,2 bilhões, e foi entregue em julho de 2016 para operar já a partir das Olimpíadas. Após oito meses do início de operação, o corredor, projetado para transportar 70 mil ageiros/dia, segundo sados da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), hoje atende a cerca de 29 mil ageiros/dia.
Em nota, o consórcio afirmou que Mac Dowell “mostra mais uma vez que desconhece o sistema de corredores exclusivos de ônibus do Rio de Janeiro”. As empresas também querem que a prefeitura comprove a alegação de que os corredores de ônibus trouxeram 31% de redução de custos do sistema. As viações também criticam a comparação com o sistema de Bogotá, onde, segundo elas, há punições mais severas para atos de vandalismo e policiamento mais intenso para proteger ageiros, motoristas e patrimônio. Confira:
O secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, ao fazer a afirmação acima, mostra mais uma vez que desconhece o sistema de corredores exclusivos de ônibus do Rio de Janeiro, cidade onde ele é gestor público da área de mobilidade. Desde a implantação do Transolímpica, não houve alteração do valor da tarifa e tampouco se chegou perto do número de ageiros projetados e divulgados pela gestão anterior, que era de 70 mil/dia. Logo, creditar a queda de ageiros ao preço da agem é subestimar a capacidade da população de entender sobre a realidade dos fatos.
O BRT Rio espera que o secretário venha a público apresentar os cálculos que comprovem que houve redução de 31% do custo da operação no sistema BRT, até para que tal afirmação não se configure como uma tentativa de induzir a população a acreditar em informações inverídicas. Já foi apresentado ao senhor Mac Dowell, em reuniões e também em recente audiência no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, documentos que comprovam que ainda não é possível sequer pagar os investimentos feitos pelas empresas do Consórcio para colocar os articulados em circulação. O secretário sabe que os custos com vandalismo e calote nas estações e terminais, por exemplo, custam ao BRT Rio mais de R$ 3 milhões por ano. É de conhecimento dele também que o setor o opera com suas contas no vermelho, abaixo da sua capacidade financeira, e com déficit mensal de cerca de R$ 5 milhões.
Sobre Bogotá, importante lembrar ao secretário que lá, de acordo com o novo Código de Polícia, que entrou em vigor no fim de janeiro, há multas para ações de vandalismo e calote, entre outras situações, praticadas nas estações e articulados do Transmilênio. Também há nessa via expressa uma polícia que atua exclusivamente ao longo do corredor e, no caso da tarifa, houve reajuste este ano e os valores são diferenciados, sem gratuidade (a exceção é para crianças de até 3 anos). Portanto, já que o secretário citou o transporte de alta capacidade colombiano, o Consórcio aguarda iniciativas parecidas para sistema do Rio, entre elas o reajuste da agem de ônibus, como determina o contrato, e o uso da Guarda Municipal para ajudar na segurança dos ageiros.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
E uma perguntinha ao secretário de transportes e vice-prefeito Mac Dowell, aquela reportagem feita ao EXTRA em 05/02/2017 era totalmente MENTIROSA ??? – Hoje dia 10/05/2017 até agora NADA do que foi dito efetivamente tornou-se realidade !