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HISTÓRIA: 10 anos de Expresso Tiradentes 4y2g8

ônibus

Expresso Tiradentes, único BRT de fato de São Paulo, tem velocidade bem superior à média do sistema da cidade. 5y4q6v

Único BRT da Capital Paulista era para ser moderno sistema de trólebus

ADAMO BAZANI

Muitos ainda o chamam de “Fura Fila”. Isso porque o Expresso Tiradentes, até o momento o único BRT (Bus Rapid Transit) de fato da cidade de São Paulo, nasceu após a frustração do projeto Fura Fila apresentado em 1995, pelo então prefeito Paulo Maluf.

O Fura-Fila deveria ligar a região central e a Vila Prudente até Cidade Tiradentes, um dos extremos da Zona Leste de São Paulo.

O sistema completou 10 anos neste último dia 08 de março de 2017, sendo, portanto, inaugurado em 08 de março de 2007.

Segundo dados da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema da capital paulista, reados ao Diário do Transporte para a elaboração desta matéria, hoje o Expresso Tiradentes tem os seguintes números operacionais:

 

A SPTrans informa que o Expresso Tiradentes atende em média 147 mil ageiros por dia. A frota conta com 87 veículos, sendo 77 articulados e 10 biarticulados. A velocidade média é de 37,5 km/h (somente no Expresso Tiradentes). Já a extensão do Expresso Tiradentes é de 11,5 km (8,5 km do Term. Mercado ao Term. Sacomã + 3 km da bifurcação até Vila Prudente)

Ao todo, o sistema conta com:

Seis linhas: 5105-10 (Term. Sacomã – Term. Mercado), 5109-10 (Term. Vl. Prudente – Term. Mercado), 5110-10 (Term. São Mateus – Term. Mercado), 5110-21 (São Mateus – Term. Mercado), 5110-22 (Fazenda da Juta – Term. Mercado) e 5110-23 ( Jd. Planalto – Term. Mercado).

Seis estações: Pedro II, Ana Neri, Alberto Lion, Clube Atlético Ypiranga, Nossa Senhora  Aparecida e Rua do Grito

Três terminais: Mercado, Sacomã e Vila Prudente (desativado temporariamente)

Uma parada: Dianópolis

A demanda das únicas duas linhas que trafegam exclusivamente pelo Expresso Tiradentes (5105-10 Term. Sacomã – Term. Mercado e 5109-10 Term. Vl. Prudente – Term. Mercado) é de, em média, aproximadamente 80 mil ageiros por dia.

Veículo Leve Sobre Pneus. Um modelo de trólebus biarticulado, com guias laterais, e embarque ível, foi projetado especialmente para o sistema

 

O projeto se tratava de um verdadeiro VLP  -Veículo leve sobre Pneus e contaria com trólebus biarticulados com guias laterais, o que auxiliaria a condução e deixaria o sistema mais rápido.

No entanto, a obra foi alvo de diversos escândalos.

As intervenções começaram em 1998. A promessa do novo sistema de transporte garantiu a eleição do candidato de Paulo Maluf, Celso Pitta, para a prefeitura de São Paulo.

Abaixo veja o vídeo com a propaganda elaborada por Duda Mendonça para a campanha de Pitta prometendo o Fura Fila. Material foi divulgado nas TVs:

A primeira linha entre Sacomã e o Parque D.Pedro II seria o início de outras várias do mesmo sistema pela cidade.

No ano de 2000, um ônibus especialmente encarroçado pela Marcopolo ,com design totalmente diferente dos demais, chegou a circular sobre o Rio Tamanduateí na Avenida do Estado, por um período de quatro meses.

do VLP da Marcopolo

No entanto, as obras não iam para frente.

Em 2002, o projeto foi rebatizado pela então prefeita Marta Suplicy, de Paulistão.

As demais linhas foram descartadas e foram mantidas apenas a linha 1 entre Sacomã e Parque Dom Pedro II e a linha 2 entre Parque Dom Pedro II e Vila Prudente/São Mateus.

Trólebus “comuns” com o padrão visual do VLP

Os trólebus também foram descartados e a intenção era usar ônibus híbridos ou mesmo a diesel.

As obras foram iniciadas com a construção do Terminal Sacomã e da via elevada.

No entanto, no final de 2003, já tendo sido gastos R$ 600 milhões pelas gestões Pitta e Marta, as obras foram paralisadas por falta de verbas.

Foi discutida até mesmo a possibilidade de demolição da estrutura, no entanto, a istração do então prefeito José Serra, que se afastou do cargo para concorrer às eleições para Governador, deixando no lugar o vice Gilberto Kassab, apontou para viabilidade de continuação da obra.

Então somente, em 8 de março de 2007, 10 anos depois do início das obras, o primeiro trecho do Expresso Tiradentes, com 8,5 km de extensão, foi entregue à população.

A data da inauguração poderia ter sido no dia 9 de março porque o então presidente dos Estados Unidos, George W Bush, estava em visita à cidade e poderia haver conflitos de agenda.

No entanto, a istração optou por abrir o corredor na data anteriormente divulgada, 8 de março.

Outra curiosidade também é que durante a inauguração, as autoridades enfrentaram um protesto contra tarifa, na época que iria para R$ 2,30.

Na ocasião, o governador José Serra, durante a inauguração, sugeriu que o nome do sistema se mudasse para Expresso Ipiranga/Tiradentes que acabou não sendo adotado, como mostra uma matéria do G1, realizada no dia da inauguração, e assinada por Luciana Bonadio

 

O governador de São Paulo, José Serra, sugeriu na manhã desta quinta-feira (8), durante a inauguração do Expresso Tiradentes, antigo Fura-Fila, mais uma mudança de nome para o serviço. Seria a terceira vez que o projeto, que levou dez anos para ficar pronto, ganharia um novo nome.

 Antes disso, além de Fura-Fila, a linha foi chamada também de Paulistão. “Tenho uma sugestão para o prefeito Gilberto Kassab: o nome desta obra poderia mudar para Expresso Ipiranga/Tiradentes”, disse Serra durante o evento.

O tucano justificou sua sugestão dizendo que seria uma homenagem ao bairro da Zona Sul, que é um dos atendidos pelo novo corredor de ônibus. Serra disse ter uma ligação afetiva com o bairro, onde já viveu. O governador também lembrou que em 2008 deve ser inaugurada a Estação de Metrô Ipiranga, parte das obras de Expansão da Linha 3 (Verde). O prefeito Gilberto Kassab ficou de pensar na proposta de seu aliado.

 

Serra aproveitou o evento para pedir ajuda do governo federal na expansão do metrô. “É fundamental a participação federal no metrô do Ipiranga até a Vila Prudente. Eu já fiz esta demanda e gostaria de pedir a cooperação do ministro (das Cidades, Marcio Fortes) para que esta demanda fosse atendida”, disse ao representante do governo federal, presente à solenidade. Fortes prometeu analisar o projeto. 

Protesto

Enquanto ponderava qual seria o melhor nome para o Expresso Tiradentes, Serra enfrentou um protesto direcionado a Kassab contra a tarifa de R$ 2,30. Assim como nos demais ônibus da cidade, a taxa para o Expresso Tiradentes será de R$ 2,30.

 

Durante seu discurso, dois jovens com mensagens escritas em um pedaço de papelão gritavam palavras de ordem contra o prefeito. O tucano não chegou a interromper sua fala. “Foi uma pessoa no meio de duas ou três mil. Se todo protesto fosse assim, estaria ótimo”, declarou o governador durante coletiva de imprensa.

 

Ao fim do evento, Kassab também minimizou o episódio e defendeu que as manifestações são naturais em uma democracia. Desde que aumentou o preço dos ônibus o prefeito tem enfrentado protestos contra o preço das agens.

Corredor chegou a ter um veículo elétrico híbrido curioso, com dois eixos à frente e um atrás. Houve problemas operacionais com o modelo

 

O secretário de transportes da cidade à época era Frederico Bussinger economista e engenheiro já com longa experiência no setor de transportes tendo atuado no Metrô, TM e SPTrans.

Ele forneceu ao Diário do Transporte o discurso que fez à época. No pronunciamento de inauguração, Bussinger lembrou que a população chegou a desacreditar das obras.

 

Pronunciamento de FREDERICO BUSSINGER na cerimônia de inauguração do

EIXO-SUDESTE do EXPRESSO TIRADENTES

8/MAR/2007 – 11 horas

Exmo. Sr. Prefeito Gilberto Kassab

Exmo. Sr. Governador José Serra

Exmo. Sr. Ministro Márcio Fortes

Autoridades já anunciadas

Colegas, funcionários e trabalhadores que contribuíram para a realização deste

empreendimento.

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Pois é!

Não é que ele vai começar a funcionar? Que vai ar a transportar pessoas?

É como tivesse chegado o momento de dar o sopro da vida ao boneco de barro. Ou

melhor, ao esqueleto inacabado de concreto que, agora, foi concluído e equipado.

Se transformou!

Para aqueles que, há exatos dois anos, junto com o Prefeito Serra, o Vice Kassab, a

maioria do Secretariado e Subprefeitos da região participaram da primeira visita

precursora para conhecer no que consistia a proposta, o projeto, este ato, que ora

compartilhamos, parecia muito distante. Talvez até inatingível.

Mas não para aquela senhora da lojinha na praça que o Artuzinho (Subprefeito de

Cidade Tiradentes) acabara de gramar para nos recepcionar ao final da viagem:

Suas palavras talvez profetizassem este momento: “Ué! Um Prefeito por aqui? E ele

veio de ônibus?”.

Os vizinhos da obra, ao longo da Av. do Estado e Juntas Provisórias, e mesmo a

população da região do Ipiranga e Sacomã, já calejada por tantas promessas,

cronogramas e pseudo-inaugurações, com toda razão permanecia ressabiada. Mas,

aos poucos, a nova concepção e propostas começaram a suplantar as suspeitas e

resistências pela funcionalidade, beleza, e racionalidade do projeto.

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Havia, entretanto, um pequeno problema a ser resolvido: Não havia dinheiro! E a

perspectiva de um novo financiamento do BNDES esbarrava na capacidade de

endividamento da PMSP, pra lá de estourada, segundo as normas e parâmetros da

“Lei de Responsabilidade Fiscal”.

O enquadramento do projeto na carteira do PPI foi um achado, resultado da

sensibilidade e da criatividade do Ministério das Cidades, sob o comando do

Min. Márcio Fortes, e das áreas financeiras e de planejamento, tanto da Prefeitura

como do Governo Federal: Todos eles tornaram-se aliados entusiasmados do

projeto, viabilizando, em poucos meses, o primeiro acordo de R$ 450 milhões, com

compromissos de ambas as partes para 2006, 2007 e 2008.

Os recursos, sabia-se, eram insuficientes para a conclusão plena dos 5 trechos do

empreendimento; vale dizer, de todo o viário, terminais, estações e obras

associadas. Todavia, eles foram potencializados pela negociação com os 2

empreiteiros para redução dos preços unitários dos contratos existentes: Isso

permitiu fazerem-se mais obras com os recursos disponíveis.

Por outro lado, guiados pela diretriz estabelecida pelo Prefeito Serra, e ratificada

pelo Prefeito Kassab de “não mais interromper a obra até viabilizar-se a operação

Mercado-Sacomã, mesmo que algumas estações intermediárias ficassem para um

segundo momento”, as obras foram retomadas já no final de 2005 e, menos de 15

meses depois, cá estamos para inaugurá-las e iniciar a operação do Eixo-Sudeste.

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É claro que isso não teria sido possível sem o envolvimento e o trabalho diligente,

até agora, de dezenas de empresas projetistas, fornecedoras e gerenciadoras, cujo

papel reconhecemos através da Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, principais

responsáveis pelas obras civis. De igual forma, sem um outro conjunto de parceiros,

com os quais muito contamos, doravante, para a operação do sistema; os quais

homenageamos através da ViaSul e do Consórcio Aliança-Cooperpeople,

concessionário e permissionário da Área-5, no qual se insere este Eixo.

Tampouco teria sido possível sem as soluções e respostas, sempre prontas, dos

técnicos e gestores dos Ministérios da Cidade, Planejamento e Fazenda, das

Secretarias do Planejamento e Finanças da PMSP, e da CEF. Mas, principalmente,

sem o engajamento e a competência do corpo técnico e gerencial da CET, das

Subprefeituras, da EMTU e da SPTRANS.

Alias, essa inauguração, neste 8 de março, é uma homenagem, uma justa

homenagem à Empresa, que hoje comemora seu 12º aniversário de fundação, e a

seus funcionários. É, também, um marco-símbolo dessa sua nova fase de vida,

agora com uma dupla missão: gerenciar serviços de transporte de ageiros, em

geral; e implantar, manter e operar a infra-estrutura dedicada ao transporte publico

coletivo.

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O que hoje se inaugura, contudo, vai muito alem de um conjunto de obras!

Hoje, a história de corredores em São Paulo, já com mais de 3 décadas, dá mais um

o; entra numa nova etapa: Inaugura-se o primeiro corredor efetivamente

segregado e sem cruzamentos da Cidade e da RMSP; e um novo padrão de serviço

em sistemas sobre pneus é implantado. Dentre tantas características:

 

– Embarques e desembarques em nível, compatibilizando plataformas e

veículos para facilitar o o de idosos, obesos, crianças e PPDs aos

veículos; estas com espaços e assentos especiais, tanto para elas como

para seus acompanhantes, incluindo cães-guias;

– existência de faixas de segurança e de guiagem nas plataformas para

pessoas com deficiência de visão;

 

– supervisão e monitoramento por câmeras e GPS (sistema via satélite);

 

– sistema de emergência e socorro, articulado com o Corpo de Bombeiros,

estrategicamente distribuído ao longo do trecho;

 

– veículos de última geração, tanto em termos de segurança e conforto, como

enquadrados nas normas ambientais EURO-III.

 

aqui, do Terminal Sacomã, que homenageia o Ver. OSWALDO GIANOTTI,

de quem a região lembra com saudades, sairão 10 linhas estruturais, sendo

8 diurnas e 2 noturnas. Elas levarão ageiros de mais de 50 linhas,

municipais e intermunicipais, que se integrarão no Terminal, aos quatro

cantos da Cidade

 

– um sistema “amigável” com o entorno urbano e com o meio ambiente:

ível, com bicicletário nas suas principais estações e terminais,

tratamento paisagístico, etc.

 

Certamente ninguém imagina que tudo isso se viabilizou apenas com discursos,

enunciado de idéias e de meras preocupações, com declarações platônicas de apoio

ou engajamento: Noites, madrugadas e finais de semana foram despendidos por

dezenas, centenas de pessoas. Inumeráveis reuniões ocorreram, algumas tensas e,

como está na moda, recheadas de “stress” e adrenalina. Quantas visitas técnicas e

de inspeção? Em vários momentos ficamos com o fôlego preso à espera de

decisões fora de nosso controle. Inclusive vivenciamos algumas situações e cenas

curiosas, como a do Procurador Geral do Município e um dos Diretores da

SPTRANS, no último dia útil do ano, às 4 horas da tarde, na Av. Paulista, à pé,

buscando local para copiar uma decisão da Justiça!

Mas não é essa a lembrança que ficará em nossas memórias; como não é da

diarréia, da dor de ouvido ou do choro na madrugada que se lembram os pais

quando o filho se torna jovem ou adulto.

Ao contrário: Guardaremos o sorriso e a satisfação das senhoras e senhores da 3º

idade, felizes nas viagens da “operação assistida”; o entusiasmo do honorário

“Prefeito da Ilha do Sapo” (aqui bem próxima), que já percebeu que o Expresso

Tiradentes está requalificando sua região (e até diz ele: “o sapo está virando

príncipe!”); o orgulho de famílias que trouxeram seus parentes para conhecer o novo

sistema e registrar com fotos esse momento. Guardaremos, com certeza,

lembranças de dezenas de reuniões nas quais fomos acolhidos com olhares de

esperança, e também a expectativa dos moradores e lideranças da região de Vila

Prudente, Sapopemba, São Mateus e Cidade Tiradentes, próximas etapas do

projeto e paradas do Expresso.

Essas serão nossas recordações! É isso que nos anima, que nos move!

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Para a minha geração e da Vera, minha esposa, que tomou consciência do Mundo e

cresceu na “era-JK”, que ouviu no rádio o Brasil ser Campeão do Mundo pela

primeira vez, que se formou na época do “Brasil-Potência”, tudo era possível: O

Brasil tinha um fulgurante destino escrito nas estrelas. Era uma questão apenas de

tempo. Nós éramos, prévia e inexoravelmente, vitoriosos.

Mas para a geração dos meus dois filhos, Gabriel e Fernanda, jovens universitários,

como para a maior parte da adolescência e da juventude da minha Cidade e do meu

País, o mundo físico parece pronto; parece que já nasceu e sempre esteve aí. E

pior: Para essa geração (como já para muitos também da minha), parece que não dá

para se fazer nada! Que não tem, mesmo, jeito … sentimento preocupante quando

também aplicado à deterioração da nossa organização social.

Não! É, sim, possível!

A inauguração do Eixo-Sudeste do Expresso Tiradentes, neste momento, é um

testemunho vivo de que, sim, é possível.

É possível construir e transformar realidades através do trabalho e do esforço

coletivo

É possível soerguer esperanças desfalecidas.

Sim; é possível!

É possível dar vida a esqueletos inacabados.

É possível desenvolver-se e implantar-se projetos que coordenem trânsito e

transporte. De igual modo, é possível compatibilizar-se excelência em trânsito e

transporte com cuidados urbanísticos e ambientais.

Sim; é possível!

É possível estabelecer-se uma relação proba, sadia e construtiva entre o Poder

Público e a iniciativa privada.

É possível coordenar-se as três esferas de governo em torno de um projeto comum;

acima de eventuais divergências partidárias.

Sim, tudo isso é possível! O Expresso Tiradentes é uma prova concreta, um

exemplo irretorquível dessa possibilidade: Possível para o trânsito e o transporte;

possível para diversos outros setores da vida nacional!

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Mas ele mostra, também, que o funcional e o belo não são incompatíveis: Aí está o

Expresso Tiradentes, leve e gracioso, com os traços do Arq. Ruy Ohtake,

serpenteando seu amarelo vivo ao longo do Rio Tamanduateí. Parece ilustrar os

ensinamentos do mestre Oscar Niemeyer: “O que me atrai é a curva livre e

sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país. No curso sinuoso

dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida.”

Por tudo isso, alem de ser um presente à população paulista e uma homenagem aos

trabalhadores da SPTRANS, que hoje aniversaria, o Expresso Tiradentes, por sua

delicadeza e beleza é, também, uma homenagem à mulher paulistana – neste seu

dia: 8 de março: Nosso parabéns, através desse presente … um presente concreto!

Imagem de parte do traçado do Expresso Tiradentes por Douglas Panhota, que escreveu o seguinte texto: Quando vi o Expresso Tiradentes do alto, fiquei irado. Pois aproximadamente as 13:00hs, o céu tinha algumas nuvens que encobriam parte do centro da cidade e o expresso contornando os prédios com seu percurso pintado de amarelo no meio de uma cidade cinza de pedra. –

Ônibus articulados e superarticulados em área de espera

 

As obras do segundo trecho, porém continuavam.

No dia 28 de abril de 2009, o prefeito Gilberto Kassab e o governador José Serra, anunciaram convênio para alterar o projeto inicial. O trecho até Cidade Tiradentes se transformaria na linha 15-Prata de monotrilho, prevista para ser inaugurada em 2012.

No entanto, ainda em 2017, apenas duas estações num trecho de 2,3 quilômetros estão em funcionamento e o pior, o monotrilho se sair, será menor que o previsto inicialmente.

A linha 15 Prata deveria ter 26,7 quilômetros de extensão, 18 estações entre Ipiranga e Hospital Cidade Tiradentes ao custo R$ 3,5 bilhões com previsão de entrega total em 2012. Em 2015, orçamento ficou 105% mais alto, com o valor de R$ 7,2 bilhões. O custo por quilômetro sairia em 2010 por R$ 209 milhões, em 2015 por R$ 260 milhões e, no primeiro semestre de 2016, subiu para R$ 354 milhões. A previsão de 9 estações agora é para 2018-2019. Está sem previsão de conclusão o trecho entre Hospital Cidade Tiradentes e Iguatemi e Vila Prudente-Ipiranga. O governo do estado prometia atendimento a uma demanda de 550 mil ageiros por dia.

 

OBRA DE ARTE ARQUITETÔNICA:

 

Planta e vista aérea do Terminal Mercado

Outra página da história do Expresso Tiradentes é o seu projeto arquitetônico que foi de responsabilidade de Ruy Ohtake.

A Prefeitura na concepção do projeto organizou um Concurso para as construções da via elevada, dos dois Terminais e das nove estações intermediárias Foram convidados os escritórios Carlos Bratke, Júlio Neves, João Toscano e Ruy Ohtake, que foi o vencedor do Concurso. O arquiteto teve a colaboração de Carlos Roberto Azevedo e Félix de Araújo.

Um texto escrito pelo próprio arquiteto Ruy Ohtake, em setembro de 2007, meses depois da inauguração, traz alguns detalhes da obra:

 

“Desenhamos uma manta metálica transparente para abrigar o terminal Mercado, configurando o espaço de uma “gare”, que acolhe os ageiros, sem que se perca a vista para a cidade. Uma obra com característica expressiva na região e que faz um bonito contraponto com o Mercado.

O Terminal Sacomã tem outra complexidade. No pavimento superior, além da chegada e saída de veículos do elevado, haverá uma intensa circulação de público. No térreo do terminal chegam 52 linhas de ônibus provenientes do ABC. O mezanino intermediário, com alguns serviços. Essa obra, pelo seu porte, poderá dar início a requalificação do bairro do Sacomã…. 2007, conclui-se a 1ª etapa do Expresso Tiradentes, o trecho Mercado (Centro da cidade) ao Sacomã. 8.5 km de extensão.  A maior parte em via elevada. Tempo de percurso 14 minutos –

14 minutos, uma façanha. Com sol ou chuva. Com ou sem congestionamento, pois sendo via elevada, independe das condições de trânsito nas ruas. 14 minutos. O automóvel gasta mais de 40 minutos. Qualidade de transporte. Dignidade de serviço público.”

 

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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