GREVE DE ÔNIBUS EM LONDRINA TROCADA POR FISCALIZAÇÃO 5xs3f

GREVE DE ÔNIBUS EM LONDRINA

Sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus de Londrina, no Paraná, trocou momentaneamente greve de ônibus por fiscalização do sistema da cidade, mas mantém a possibilidade de paralisação (estado de greve). A categoria se revoltou com o anúncio na quarta-feira, dia 17 de agosto, pelas empresas de ônibus da intenção de extinguir a função de cobradores. Na sexta-feira, 04 profissionais foram demitidos, mas as empresas disseram que os desligamentos não tinham relação com anúncio. De toda a forma, os ânimos chegaram a ficar mais exaltados. O sindicato dos motoristas e cobradores chegou a anunciar a paralisação mais recuou. A entidade recebeu a denúncia de que a Londrisul, uma das empresas operadoras da cidade, já teria operado ônibus grandes convencionais sem cobrador, o que a viação não confirma.

Sindicato de trabalhadores de Londrina fiscaliza se ônibus operam sem cobrador
Categoria não realizou a greve anunciada para esta segunda-feira, mas ainda não descarta a paralisação

ADAMO BAZANI – CBN

O Sinttrol – Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina, que havia anunciado uma paralisação dos serviços de ônibus do município para esta segunda-feira, dia 22 de agosto, acabou não realizando a greve, mas ainda não descarta o movimento.
Os motoristas e cobradores de ônibus de Londrina estão em estado de greve, de acordo com a entidade sindical.
A revolta dos trabalhadores foi o anúncio feito na quarta-feira ada, dia 17 de agosto, pelas empresas operadoras TCGL – Transporte Coletivo Grande Londrina – e Londrisul que pretendem dispensar os cobradores dos ônibus, inclusive dos veículos grandes convencionais, do sistema municipal.
O Sindicato diz ser contra a medida que pode afetar diretamente cerca de 500 trabalhadores, além de proporcionar o acúmulo de funções para o motorista de dirigir e também cobrar.
O assunto é polêmico. Durante a campanha salarial para aumento dos rendimentos dos motoristas e cobradores de São Paulo, em maio de 2011, o sindicato que representa os trabalhadores da Capital Paulista e o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de ageiros de São Paulo), que reúne as empresas de ônibus da cidade, entraram num acordo para uma possível extinção da função dos cobradores em várias linhas de ônibus, em especial as que servem corredores, inclusive com ônibus de grande porte, como os biarticulados de 27 metros.
Cidades do ABC Paulista também operam ônibus sem cobrador, mas são veículos de porte menor, como micro-ônibus e midi (intermediário entre os micros e os grandes convencionais).
Em Santo André, a Câmara Municipal chegou a discutir a volta dos cobradores, mas o assunto não avançou.
O uso dos ônibus midi sem cobrador também é polêmico entre categoria.
Os profissionais alegam que os veículos midi possuem praticamente o mesmo tamanho de ônibus mais antigos, como os Gabriela e Amélia, com cerca de 11 metros de comprimento.
Só que na época destes modelos, mesmo com porte semelhante, trabalhavam motoristas e cobradores juntos.
Os empresários de ônibus dizem que a questão não é apenas de porte dos veículos.
Segundo a maior parte dos empresários, hoje a função do cobrador é praticamente vazia. Isso porque, de acordo com o SPUrbanuss, por exemplo, cerca de 80% das pessoas que usam o transporte coletivo na Capital não pagam as agens em dinheiro.
A maior parte dos pagamentos é feita por bilhetagem eletrônica.
Já a representação dos trabalhadores afirma que o cobrador está no ônibus não apenas para receber as agens. Ele auxilia o motorista em ajustes de espelhos, itinerários, no controle do embarque e desembarque além de dar informações para os ageiros.
Em Londrina, no Paraná, o Sinttrol diz que vai fiscalizar se os ônibus convencionais estão operando sem cobrador já, que apesar de anunciada pelas empresas, a medida ainda não foi discutida e aprovada pelo poder público municipal.
A entidade sindical recebeu denúncias de que a Londrisul operou ônibus convencionais grandes sem cobradores. A empresa não confirma.
Na última sexta-feira, dia 19 de agosto, a TCGL – Transporte Coletivo Grande Londrina – demitiu 3 cobradores e uma cobradora.
Um dos profissionais, Jarbas Aparecido de Jesus, de 24 anos, matinha um blog na internet e postou comentários contra a extinção do cargo de cobrador.
A TCGL disse que as demissões foram decisões istrativas e que não têm relação com o anúncio feito pelas empresas de ônibus na semana ada.
As quatro demissões exaltaram ainda mais os ânimos e o sindicato as interpretou como afronta e demonstração de poder por parte das empresas de ônibus.
Hoje a entidade dos trabalhadores moderou o discurso e disse que vai verificar se as demissões possuem ou não relação com o intuito das empresas em terminar com a função de cobrador.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes, rádio CBN

Comentários

Comentários 72495v

  1. Gustavo Cunha disse:

    Boa noite.

    O tema desta reportagem é delicado. Inevitavelmente, a vida segue adiante, muitas coisas ficam no ado, nas doces e boas lembranças.

    As profissões, no geral, são assim também. Quantos valorosos ofícios e seus batalhadores já não existem mais. O relojoeiro, quase em extinção; o engraxate, porta de entrada para tantos guerreiros mirins, no início de sua jornada, pela estrada da vida, quase não vemos mais.

    O direito ao trabalho é vital, mas seja ele, qual for.

    O protesto pela extinção dos cobradores, creio respeitosamente, apenas fomentará o ódio e contrariedade dos usuários de ônibus.

    É preciso dialogar.

    As coisas evoluem, ou pelo amor, ou pela dor.

  2. Também acho uma polêmica ônibus sem cobrador. São Paulo havia ado por esta experiência no tempo dos bilhetes magnéticos. Tempos depois, foi substituído pelo Bilhete Único e os cobradores voltaram a trabalhar.

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