GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA! Assim é o Brasil, com culturas, características geográficas e climas diferentes. A maior reserva de água natural do Planeta é também cortada por estradas que são verdadeiros tapetes e outras que são um verdadeiro desafio para qualquer viajante. Quem vê um ônibus novo circulando nas cidades, não sabe muitas vezes o trabalho de logística por trás dele. Nesse país de terras continentais, os ônibus vão seguindo, rompendo fronteiras e superando obstáculos por terra e até por água, como os veículos novos de Manaus. 6p1443
O Brasil sem fronteiras para os ônibus
Novos veículos de Manaus atravessaram 1200 quilômetros por rios. Viagem demorou uma semana
ADAMO BAZANI – CBN
Quando alguém vê um ônibus novo circulando pelas ruas da cidade pode não imaginar toda operação necessária para que este veículo asse a servir a população.
Num País de dimensões continentais como o Brasil, a logística se torna uma questão mais importante ainda e em alguns casos mais complicada.
A colocação de um ônibus novo em uma cidade requer várias estratégias, que dependem da distância entre montadoras, encarroçadoras, das características geográficas da cidade e até mesmo dos recursos do município e das empresas compradoras dos veículos.
O primeiro desafio de logística é em relação a “montar” o ônibus. Isso porque, os veículos geralmente são comprados em “dois”: o chassi, produzido por montadoras como Agrale, Iveco, Volkswagen/MAN, Mercedes Benz, Volvo, Scania e a carroceria, feita por empresas como Comil, Busscar, Marcopolo, Caio, Neobus, Metal Bus, Mascarello, Ciferal, Irizar, etc.
Normalmente, o chassi é levado à encarroçadora por carretas, onde aquela estrutura “feia” de ferro se transforma no ônibus que conhecemos.
Há uns cerca de 15 anos, era comum ver os “motoristas de chassi”. A situação era precária. Numa cadeirinha de madeira, com um cinto de segurança simples, um parabrisa improvisado e capacete, era possível ver estes profissionais pelas estradas.
A prática era perigosa. Além de não dirigir protegido, o condutor estava sobre uma estrutra na qual faltavam várias peças.
Depois de “montado” , o ônibus então deve seguir ao seu destino, que pode ser logo ali ou demorar dias e semanas.
Isso porque, tanto as montadoras de ônibus e as encarroçadoras, se concentram nas regiões Sul e Sudeste do País.
Depois de uma semana de navegação e mais de 1200 quilômetros sobre os rios Madeira, Solimões e Negro, 54 ônibus que vão fazer parte da renovação da frota da cidade de Manaus chegam ao porto da Savana, na estrada do bombeamento no Amazonas. Neste ano, a cidade deve fazer uma das maiores renovações de frota do País: 900 veículos novos, com ibilidade, espaço para ageiros que precisam de atenção especial e motores eletrônicos. agem vai aumentar para R$ 2,75, aumento previsto e que contempla a renovação da frota. Apesar do custo maior, é bom para o ageiro e para a cidade em geral veículos mais limpos, modernos, com aspecto melhor e menos poluentes.
Dependendo da distância, da condição financeira do comprador e da situação geográfica da cidade, os ônibus podem vir rodando (muitos 0 km chegam já com milhares de quilômetros percorridos, mas bem amaciados), em cima de carretas e até por barcos.
Foi o que aconteceu com parte da nova frota de ônibus de Manaus, que chegou ao Amazonas nesta quarta-feira, dia 03 de agosto de 2011.
Foram 54 ônibus carroceria Comil, modelo Svelto Midi, chassi Volkswagen.
A plataforma desses ônibus foi feita no Rio de Janeiro, onde fica a Volkswagen Caminhões e Ônibus, empresa desde 2008 pertencente ao grupo alemão MAN.
Depois, os chassis seguiram para Erechim, no Rio Grande do Sul, onde fica a Comil, a encarroçadora.
De lá, os ônibus já prontinhos cruzaram o Brasil literalmente, saindo da região Sul do País para a Norte.
E foi quase uma odisséia por estradas e pela água.
Os veículos já a partir de Porto Velho, em Rondônia, foram transportados por cerca de mil e duzentos quilômetros pelos rios Madeira, Solimões e Negro.
Manaus fará uma das maiores renovações de frota do País. A previsão é de que neste ano sejam colocados 900 ônibus 0 km nas truas.
Os ônibus que chegaram nesta quarta-feira têm motor eletrônico, elevador para cadeira de rodas e pessoas com mobilidade reduzida, 20% dos assentos destinados a idosos, portadores de deficiência, gestantes, pessoas machucadas e outros ageiros que merecem atenção especial. Além disso, haverá bancos para obesos.
Ao portal D 24 AM, o superintendente municipal de Transportes Urbanos, Marcos Cavalcanti, disse que estes primeiros veículos devem ser apresentados à população numa solenidade no dia 19 de agosto.
“Vamos convocar toda sociedade manauara, Ministério Público, Câmara Municipal e Assembléia Legislativa do Amazonas, alem de outros órgãos para mostrar os novos veículos que vão circular pela cidade, trazendo benefícios a toda população”
A partir de setembro, a agem da capital amazonense será de R$ 2,75.
O reajuste já estava previsto, mas a renovação da frota está inclusa na composição tarifária.
Um custo a mais para o ageiro, é verdade, mas uma frota nova é essencial para a qualidade dos serviços, conforto, segurança e bem estar de quem anda de ônibus e até de quem não sua, mas vê uma cidade mais limpa com veículos modernos, com visual melhor e menos poluentes.
E assim vão os ônibus do Brasil, rompendo fronteiras e superando obstáculos e desafiando ruas, estradas, avenidas e até rios e mares deste País que é gigante pela própria natureza.
Adamno Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes