Em cerca de 10 dias, o Ministério das Cidades deve dar uma resposta ao Governo do estado de Mato Grosso sobre proposta de mudança de projeto de mobilidade para as necessidades da população e para a demanda da Copa do Mundo de 2014. Estava tudo preparado para que o modal a ser implantado fosse o BRT – Bus Rapid Transit, com R$ 450 milhões já disponíveis para o início imediato das obras. Porém o governador Silval Barbosa e o presidente da Agecopa Eder Moraes, após um rápido estudo na Europa, propam que o modal fosse mudado para VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, que vai custar cerca de R$ 1 bilhão. Eles estiveram nesta quarta-feira em Brasília. Ministério das Cidades estranhou a mudança a menos de 3 anos para o início da Copa do Mundo e pelo fato de tudo já estar praticamente acertado para o BRT, inclusive com dinheiro liberado, só faltando iniciar as obras. No entanto, vai analisar a proposta, sem sinalizar para a aprovação de financiamentos a mais para o modal mais caro. 5s2m1t
Decisão sobre VLT ou BRT em Cuiabá só sai em 10 dias
Governo Federal não se mostrou confortável com a mudança de ideia por parte do Governo de Mato Grosso
ADAMO BAZANI – CBN
O Governo Federal não demonstrou satisfação com o fato de a Agecopa – Agência Executora da Copa, e o Governo de Mato Grosso terem mudado de ideia em relação ao modal de transportes coletivos previsto nas obras contempladas pelo PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, da Mobilidade.
O governador Silval Barbosa e o presidente de Agecopa Eder Moraes estiveram nesta quarta-feira reunidos com representantes do Ministério das Cidades e tentaram convencer o Governo Federal sobre a necessidade de um VLT – Veículo Leve Sobre Trilhos entre Várzea Grande e Cuiabá.
A resposta do Governo Federal deve sair em aproximadamente 10 dias.
O que o Ministério das Cidades não entende é por qual motivo Cuiabá já tinha apontado por optar pelo BRT (Bus Rapid Transit), sistema de corredores de ônibus modernos que priorizam o transporte coletivo, pelo VLT, que também prioriza o transporte coletivo, mas a implantação requer mais custos e obras mais trabalhosas.
O Ministério das Cidades já preparava verba suficiente para financiar os corredores de ônibus, mas agora, terá de refazer as contas para atender os anseios do Governo do Estado.
O BRT não custaria mais que R$ 500 milhões, com linhas flexíveis e possibilidade de maior extensão de corredores, enquanto o VLT deve ter custos de aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
Apesar de o VLT apresentar diversas vantagens, como capacidade de atendimento e emissão zero de poluentes, a crítica local acredita que a decisão pelo modal, mudando os planos do BRT, tem mais caráter político que técnico.
O estudo apresentado pelo Governo de Mato Grosso ao Ministério das Cidades foi encomendado de empresas européias e possui pouco mais de 10 páginas.
No entanto, têm pesado os discursos do presidente da Assembléia Legislativa, José Geraldo Riva, defensor claro do Veículo Leve sobre Trilhos.
O deputado quer realizar uma audiência pública em agosto para discutir os dois modais, mas antecipa sua preferência pelos trilhos. José Geraldo Riva diz ainda que a opção do BRT pode se concretizar por conta de um suposto lobby de empresas de ônibus.
Tanto o Governador Silval Barbosa como o presidente da Agecopa, Eder Moraes, afirmaram que não descartam a possibilidade de optarem mesmo pelo BRT, que é mais barato e pode ter capacidade semelhante ao VLT se for bem gerido e as linhas bem distribuídas.
O ex governador do Mato Grosso, que optou pelo modelo de BRT, corredores iguais de Curitiba, enquanto estava a frente do executivo, e hoje senador, Blairo Maggi, afirmou que o estado está perdendo tempo em discutir algo que já estava definido e que não arriscaria a mudança dos modais.
Blairo Maggi é presidente da Subcomissão de Acompanhamento da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 do Senado.
O BRT já tem garantido financiamento de R$ 450 milhões pela Caixa Econômica Federal.
A polêmica é: para que perder tempo discutindo os modais que em vários pontos se assemelham, enquanto a Copa se aproxima, se no caso do BRT para Cuiabá, a única coisa que falta é começar as obras?
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.