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TROCA DE PINTURA DE ÔNIBUS EM MAUÁ LEMBRA AUTORITARISMO 5y71l

A Visão da Águia, a agilidade e até meso a capacidade de assumir uma posição, mas tudo feito por seres humanos e para seres humanos, que representa o que deve ser um operador de transportes coletivos, expresso na pintura da Leblon, ponde dar lugar a algumas faixinhas onde predominada o nome de uma istração municipal, que enseja que a prefeitura seja dona dos ônibus, o que não é.Foto: Adamo Bazani 693z6j

Troca de pinturas de ônibus foi na surdina
As empresas de ônibus de Mauá, que serão vítimas da padronização em época eleitoral, ainda não foram avisadas que terão de colocar um desenho que promove o poder público

ADAMO BAZANI – CBN

Uma decisão na surdina, sem diálogo e com ares de que o poder público faz tudo sem precisar dar satisfação a ninguém.
É assim que foi pensada e decidida a troca de pinturas de Mauá e será realizada a imposição da padronização das pinturas de ônibus na cidade.
A Prefeitura de Mauá já pensa na padronização, já tem um designer fazendo o desenho, que vai descaracterizar todas pinturas das duas empresas, principalmente da a Leblon, que tem desenho e significados próprios, mas ainda não notificou oficialmente as companhias.
Em Mauá operam duas empresas em dois lotes. O Lote 01 é explorado pela Viação Cidade de Mauá, que usa a antiga pintura de padronização do PT, e o Lote 02 é serviço pelo Grupo Leblon Transporte de ageiros, que elaborou uma pintura especial para Mauá, com uma águia formada por rostos humanos, o que, segundo a empresa, denota que o operador de transportes deve ter a agilidade e a visão de uma águia, impondo respeito, mas tudo deve ser feito para o ser humano, pois os transportes são formados por seres humanos.
A empresa não revela números, mas investiu alto na pintura e em cores próprias, com tonalidades de prata e azul desenvolvidas para o ônibus.
Legalmente, a Prefeitura de Mauá pode já elaborar as pinturas e notificar as empresas.
Mas a atitude, no mínimo, é encarada como imposição.
Isso porque, não chamou as empresas de ônibus para conversar sobre a padronização e participarem do desenho e cores que irão na lataria.
Só neste mês as empresas serão chamadas. As mesmas empresas que já tiveram de sentar juntas, apesar das grandes divergências entre elas, para ajudarem o poder público quando houve necessidade de mudanças no sistema.
A Prefeitura, que deve criar uma autarquia para gerenciar os transportes, já determinou a data para o começo da troca das pinturas: o mês de outubro até o ano que vem, ano eleitoral.
O nome da istração pública deve ganhar mais espaço que o nome das empresas.
Uma atitude que virou comum nas cidades, que descobriram que os ônibus são uma grande oportunidade de divulgarem nomes de poder público ou cores de partido.
Muitos que vêm estampados em maior destaque nomes como PREFEITURA DE SÃO PAULO, SANTO ANDRÉ – SATRANS, URBS, etc pensam que os ônibus são da Prefeitura, o que em caso de troca de frotas, ampliação de linhas, etc, o ganho político fica para a istração pública.
Isso sem contar que para a população, é melhor identificar as empresas para saber qual a que está prestando melhores ou piores serviços e distinguir o ônibus que serve o seu bairro.
A Prefeitura de Mauá diz que não é arbitrariedade e que a padronização organiza o sistema.
Em São Paulo, Marta Suplicy teve de alterar a padronização que tinha desenhos que lembrava a estrela do PT.
Em Santo André, em menos de 9 meses, as empresas de ônibus e a população ficaram confusas porque enquanto as pinturas ainda estavam sendo renovadas, com a troca de prefeitos, do PT para o PTB, as cores dos ônibus também tiveram de ser trocadas.
A população de Mauá aprovou muitas mudanças nos transportes, como a entrada de uma nova operadora, com uma nova cultura de transportes e 100% de ônibus 0 km, está se acostumando com a racionalização das linhas com o sistema tronco-alimentador, com linhas de bairro e terminais locais, gostou de linhas expressas e aprovou o fato de duas empresas terem duas cores e desenhos diferentes: a branca e vermelha serve o lote 01 da cidade e a prata e azul o lote 02.
Mas a vontade de colocar o nome da istração em espaço maior na lataria do que o nome da empresa falou mais alto que a aprovação da população.
Talvez as cores vivas da Viação Cidade de Mauá e a Águia com um significado especial da Leblon dêem lugar a algumas faixinhas sem graça, mas que ensejam que os ônibus sejam da prefeitura, o que não são.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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