DEZ MINUTOS: TEMPO SUFICIENTE PARA CONSTATAR QUE O MOTORISTA EM SÃO PAULO É PIOR QUE O HOMEM DAS PEDRAS! 1j2cz

mau educado

Trânsito complicado não é justificativa para moto e carro de eio invadir o corredor exclusivo de veículos que proporcionalmente levam até 70 vezes mais pessoas num espaço apenas 3 vezes maior. Mas quando não há trânsito, aí é que não dá para entender a atitude de motorista e motociclistas como este flagrado pela reportagem. Foto: Adamo Bazani

invasão de corredor

O carro pode ser sofisticado, mas a mentalidade de seu motorista parece ainda ser bem atrasada. A pessoa que estava conduzindo este veículo se esforçou ao máximo, invadiu o corredor de ônibus, depois saiu dele e parou no semáforo. Tudo isso para ficar à frente de outro carro e ganhar impressionantes 5 metros de vantagem no espaço urbano. Foto: Adamo Bazani

the bus

Enquanto o carro e a moto flagrados invadindo o corredor transportavam 1 pessoa cada, como visto pela reportagem, um ônibus como este, no pouco espaço que o transporte coletivo possui de forma prioritária pode levar mais de 100 pessoas. Foto: Adamo Bazani.

Bastam dez minutos
Falta de respeito é tão grande por parte de donos de carros de eio e motociclistas que uma paradinha no meio do caminho para respirar é suficiente para flagrar invasões em corredores de ônibus

ADAMO BAZANI – CBN

Dez minutos ou até menos. Foi este tempo o suficiente para a reportagem flagrar pelo menos quatro casos de abusos de invasões de motoristas de carros e motociclistas ao corredor da Vereador José Diniz, na zona Sul de São Paulo.
Nas proximidades da parada Estação de Transferência Joaquim Nabuco, a reportagem ficou parada, inicialmente para registrar fotos de ônibus para o acervo entre às 08h35 e 08h45, desta quinta-feira, dia 28 de abril de 2011..
O horário era de pico, mas o trânsito não apresentava problemas.
Não que isso seja justificativa para invasões de carros e de motos a corredores de ônibus. O transporte coletivo precisa ganhar prioridade há muito tempo. È uma questão de lógica, de mobilidade eficiente e até de democracia permitir que um veículo de 12 metros de comprimento que leva 70 pessoas ou até mais ter preferência no espaço urbano em comparação a outro veículo de 4 ou 5 metros mas que não leva mais de duas pessoas, que é a média de transporte dos carros de eio de São Paulo.
Mas se não é compreensível e aceitável o fato de um corredor que atende mais pessoas proporcionalmente por veículo ser invadido quando há congestionamento de carros de eio nas faixas ao lado, o que dizer então quando a via está livre?
É bem verdade que os corredores de ônibus ideais são os totalmente segregados do trânsito convencional, em espécies de canaletas separadas por canteiros, como ocorre com o BRT – Bus Rapid Transit – de fato de Curitiba ou com o sistema de ônibus e trólebus do Corredor ABD, entre São Mateus (zona Leste de São Paulo) e Jabaquara (zona Sul) ando pelos municípios de Santo André, Mauá (terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema.
Mas, a questão não é uma mureta apenas.
É de educação e da arrogância sim que impera nos motoristas de carros particulares, não generalizando, é claro.
Várias pesquisas acadêmicas são claras ao afirmar que em países como no Brasil, cujo carro não significa meio de transporte, mas status, a pessoa que está em seu automóvel se transforma.
Acha que seu veículo é sua fortaleza e que pode tudo.
Só porque pagou por seu veículo, paga seus impostos e tem um objeto de desejo dos demais cidadãos (desejo não tão difícil mais assim de se conseguir) parece se achar um ser superior.
Soma-se a isso o jeito oportunista presente nos hábitos brasileiros. Quem nunca aproveitou um ônibus que ainda estava saindo do ponto, para dar uma cortada à direita?
Mas esses hábitos precisam mudar.
E isso ocorre com educação, conscientização, mas também punição, inclusive financeira.
O uso do cinto de segurança hoje é uma realidade não porque as pessoas sabiam que ele pode salvar vidas, mas porque tomariam multas.
A fiscalização em corredores até existe, não seria correto dizer que o poder público não acompanha a questão.
Mas tem sido insuficiente.
Em vez de se criar pegadinnhas para os motoristas em radares de velocidade, principalmente naquelas vias que mudam o limite de um trecho para outro, que tal punir os motoristas que querem fazer pegadinhas no espaço urbano e não respeitam a maioria que precisa de um transporte de massa com rapidez?
Esse comportamento do cidadão que deixa de se portar dentro dos parâmetros de cidadania quando assume o volante é amplamente discutido.
Um desenho clássico, o do “Pateta Motorista”, que fala do homem comum com inteligência razoável, gentil, amável, pontual e honesto, mas que vira uma fera ao assumir o controle do automóvel. Tudo pela sensação de poder.
É muito bom

http://youtu.be/cfnrHz_gM20

Os corredores de ônibus, da forma como foram elaborados na Capital Paulista, já não apresentam a melhor velocidade média.
Sem segregação de fato do trânsito convencional, sem pontos de ultraagem para os ônibus, o que forma imensas filas nas paradas, atrasando os ônibus e dificultando os planejamentos operacionais dos veículos, os corredores apresentam velocidades médias que variam entre 12 e 19 km/h de acordo com dados da própria SPTrans, gerenciadora dos transportes municipais de São Paulo.
Um maratonista profissional corre a 20 km / h. Uma carroça puxada por dois cavalos atinge 26 km/h.
Especialistas dizem que a velocidade média que um ônibus deveria empreender num corredor ideal seria em torno de 25 km/h.
Se os problemas estruturais dos corredores, como a falta de pontos de ultraagem, são de responsabilidade do poder público, a invasão de carros e motos nos corredores é culpa sim do cidadão, ou melhor, do motorista do carro e do motociclista que não têm cidadania. E essas invasões agravam os problemas estruturais na medida que diminuem ainda mais a velocidade dos ônibus.
O corredor da Vereador José Diniz teve sua primeira fase inaugurada em 2004. Com 9,3 km de extensão, liga parte da zona Sul de São Paulo ao Metrô Santa Cruz e dá o ao Centro da cidade.
Ele contempla a Avenida Vereador José Diniz, Avenida Ibirapuera, Rua Borges Lago e Rua Pedro de Toledo.
Em 2008 recebeu melhorias.
Sua velocidade média é, no entanto, uma das mais baixas, com 12 km/h em vários trechos.
No entanto, os quase 700 mil ageiros atendidos por dia pelo corredor, mesmo assim agradecem sua existência, mas esperam melhorias.
Enquanto as melhorias ainda não vem e nenhum metro dos 66 quilômetros de corredores prometidos pelo Prefeito Gilberto Kassab não foi colocado em operação, não é demais pedir para o dono do carro respeitar o espaço da maioria e as leis de trânsito e não invadir uma área que não é a ele destinada.
Afinal, São Paulo tem mais de 17 mil quilômetros de vias para trânsito em geral contra 126 quilômetros de corredor só para ônibus.
O carro já tem bastante espaço, não seria nenhum sacrifício respeitar o veículo que transporta metade da população da cidade com menos de 1% de área destinada só para ele.
Adamo Bazani, repórter da Rádio CBN, jornalista especializado em transportes.

Comentários

Comentários 72495v

  1. willian disse:

    Esse desenho do Pateta foi feito há uns 60 anos, e é mais atual do que nunca … e cai como uma luva para ilustrar o caotico transito paulistano

  2. Gabriela Bombarda disse:

    É absurdo que fatos como estes sejam tão decorrentes em nosso dia a dia. Não acredito que seja apenas um problema de fiscalização ou do poder público, acho que o problema está na noção de cidadania das pessoas. Na verdade, ando cansada de viver em uma cidade onde as pessoas não enxergam nada além de seus próprios umbigos, que não respeitam nem a si mesmas e muito menos aos que as cercam!

    1. Paulo Gil disse:

      Gabriela, bom dia

      É isso ai, todos querem ter direito, mas deveres nunca.

      Educação é uma aprendida no berço e não nas escolas;
      e pelo visto cada vez mais, temos menos berço.

      Paulo Gil

  3. Marcos Galesi disse:

    Sinceramente o motorista deveria de fazer reciclagem todo ano.

  4. Roberto SP disse:

    Lembro-me de ter visto esse desenho na minha adolesencia nos anos 80, naquela época ele já representava bem o “espirito” do individualismo e prepotencia de quem possui carro, o desenho em si remonta os anos 50 quando houve um grande boom na industria automobilistica norte americana, Detroit era a meca do automóvel e Walt Disney retratou muito bem. Hoje esse desenho pode ser usado para reciclar motoristas e também nas escolas trabalhar com crianças e jovens, afinal serão os futuros motoristas. Há o contexto sociologico do que acontece hoje no transito de São Paulo e outras cidades, o problema é que muitos motoristas tem no carro a extensão do próprio ego, ou seja, o camarda chega para ter um carro sacrifica seu próprio bem estar e saude, quem já não presencou cenas de vilencias (brigas, xingamentos e até morte) por causa de uma simples batida. Outra questão é o fato de no nosso país ainda prevalecer o preconceito de quem anda de ônibus é pobre, muitos pobres compram um carro para se igualar socialmente aos que tem, dai vem outra questão quem tem o carro mais novo, mais potente, mais enfeitado e equipado, e vai por ai fora. E para ajudar algumas istrações municipais privelegiam esse tipo de coisas com obras viárias de grande porte e dizem que isto é progresso. Tenho conhecidos que não usam seus carros para irem por exemplo ao centro da cidade de São Paulo, pois o custo é muito alto com estacionamento, transito, combustível, usar o ônibus é melhor, por outro lado conheço pessoas que para irem a uma padaria na esquina tiram o carro da garagem ao invés de simplesmente caminhar. Portanto há muito coisa ser feito não só para melhorar o transito e a falta de educação dos motoristas, aliás já ouvi dizer que no Brasil temos mais condutores de máquinas do que motoristas, há uma diferença entre somente dirigir, conduzir a maquina e dirigir conduzir a máquina respeitando a sinalização e leis vigentes, nesse sentido o que precisa mudar é a cultura, mentalidade e atitudes no transito. forte abraço.

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