LEGADO: DO JEITO QUE ESTÁ, COPA PODE PREJUDICAR SÃO PAULO, DIZ ESPECIALISTA 425s2e

Falta de planejamento para a Copa vai agravar ainda mais a mobilidade de São Paulo

O que deveria ser um legado pode virar um transtorno pela forma de execução não correta das obras

ADAMO BAZANI – CBN

O arquiteto e urbanista Jorge Wilheim foi categórico ao afirmar para o Portal 2014 que fiscaliza as obras da Copa. São Paulo é uma das cidades mais críticas em relação às obras de mobilidade para a realização do mundial e também para o atendimento da demanda de ageiros e pessoas já existentes.

Isso não se dá apenas pelos atrasos e indefinições da cidade e do Governo do Estado de São Paulo que uma hora priorizam uma região da cidade, depois, a qualquer movimento da Fifa, deixam tal região em segundo plano, como se seus moradores e trabalhadores não tivessem direito ao transporte, às vias mais modernas e à assistirem os jogos do outro lado da cidade..

O pior é que, segundo o especialista, o que era para ser bom e deixar um legado positivo pode piorar o trânsito e o transporte em São Paulo. E ele não se refere apenas aos transtornos comuns de uma obra. Mas acima de tudo à falta de planejamento e a forma como tem sido encarada a mobilidade na cidade de São Paulo: por partes e não de maneira geral, como deveria ser segundo ele:

“As questões de mobilidade precisam ser tratadas de forma sistêmica pelos governos. Sem isso, a velocidade média do transporte público e individual vai diminuir mesmo.”

Ele diz que há muito tempo a zona Leste de São Paulo necessita de ampliações e modernização no setor de mobilidade.

Isso já estava no Plano Diretor da Cidade de 2002, mas só na semana ada é que foram definidas soluções para a região de Itaquera. Isso porque o eventual estádio do Corinthians pode vir a sediar a Copa do Mundo.

Governo do estado e Prefeitura am convênio de R$ 478 milhões, sendo 72,4% do Estado.

Chamado de Nova Radial, o projeto inclui 5 intervenções. Entre as principais estão as alças de o entre a Jacu Pêssego e Radial Leste, construção de duas avenidas que vão circundar o estádio do Corinthians e quanto ao transporte público, o governo do Estado diz que vai investir R$ 2 bi na linha 3 vermelha do Metrô que chega até Itaquera. Mas não detalha os investimentos.

A falta de informação é grande e a transparência em relação a recursos e prazos é uma reivindicação da sociedade e de órgãos representativos, como o Ministério Público, nas esferas estadual e federal.

As obras para a Zona Leste de São Paulo curiosamente têm o término anunciado, em junho de 2013, mas não têm data para começar.

E nessas indefinições, o Monotrilho linha 17 Ouro, do Morumbi, que ligará Congonhas ao Metrô deve ficar para trás.

Mesmo o estádio do Morumbi sendo descredenciado em julho pela FIFA, o Monotrilho, depois disso, em setembro foi contemplado por um contrato de R$ 1,08 Bi de financiamento da Caixa Econômica Federal dento do PAC Da Mobilidade. Os 21,6 km vão custar R4 2,86 bilhões.

O Governador justifica o fato de ter assinado o contrato, mesmo depois do descredenciamento do Morumbi, dizendo que o Monotrilho seria importante para a Copa pois receberia demando do Aeroporto.

Mas agora, ao colocar em segundo plano o Monotrilho, a obra considerada tão importante para a Copa deve só ser inaugurada depois dela, em 2015.

Ao portal, o especialista complementa:

Segundo Wilheim, a diretriz da linha 17 é eficiente, mas o modelo de metrô elevado é caro, além de provocar interferência excessiva na paisagem urbana.

“(O monotrilho) tem boa conectividade, pois corta 5 linhas de trem e metrô. Mas este modelo nem sempre é a melhor solução, porque seu traçado deve acompanhar o sistema viário e isto envolve custos, muitas vezes altos, como também a implantação das estações aéreas”, afirma.

O urbanista considera que a aposta nos sistemas sobre trilhos é ideal para uma cidade com a dimensão de São Paulo. Mas a ampliação também esbarra na falta de planejamento. “Precisamos três vezes mais estações e linhas, coisa que poderia ser feita em 15 ou 20 anos. Mas estamos muito aquém disso, sem justificativas aceitáveis.”

Comentários

Comentários 72495v

  1. Luiz Vilela disse:

    Puxa, não conhecia o Portal 2014: muito bom! Ler comentários de Jorge Wilheim é sempre um prazer, pela sua competência.
    O planejamento do Metro parece coerente até a extensão da 5 Lilás, com potencial para aliviar a 23 de Maio. A 17 Ouro é autêntico “omelete”: importante, mas tem que se quebrar vários ovos para implantá-la. Continuo não vendo sentido em nem discutir mais a 19, que iria da Lapa para a Vila Maria e poderia desafogar a Marginal Tietê e 3 Vermelha. Não consigo engolir as obras viárias de 1,5 bilhão a toque de caixa para não resolver os enormes congestionamentos da Tietê e não terem providenciado o auxílio imprescindível do metro pesado para este corredor.

    1. gabriel disse:

      Metrô de São Paulo tem ótimas linhas planejadas. o que falta é recurso que deveria vir do GF

      1. Rafael disse:

        Não concordo, Gabryel. Não é uma questão de falta de recursos. É uma questão de escolhas e prioridades. Ou faltou $ para a inútil “nova marginal”? Obra essa fadada a se tornar obsoleta após cerca de um ano, como efetivamente aconteceu por conta da demanda reprimida infinita. No entanto, a escolha valeu pro ano eleitoral, quando ainda podia se sentir seus benefícios.

      2. Luiz Vilela disse:

        Gabriel
        Não consigo parar de pensar que:
        – São Paulo, de longe, tem o maior PIB do país
        – Marginal do Tietê, com a Régis Bittencourt numa ponta e a Dutra na outra, liga o Sul do país ao Nordeste: de muito longe o maior corredor de escoamento da produção, turismo e fluxo de pessoas.
        – Até hoje não há um tijolo da obra do Rodoanel Norte e o Leste ainda não saiu.

        E mesmo assim a mobilidade urbana da capital nem considera projeto de linha de Metro pesado com potencial para aliviar a Marginal do Tietê – seria a Metro 19 Lapa/Barra Funda/Santana/Vila Maria.

        Se isto não é prioritário, então o que é?!

  2. Morador de Cidade Tiradentes disse:

    Bem também não podemos esquecer que o Itaquerão fica onde o consorcio leste 4 predomina, como será que vai ser o deslocamento das pessoas que pretenderem assistir aos jogos com um transporte desse.
    Podemos dizer que se depender do consorcio leste 4, adeus copa em São Paulo. Era uma vez copa em São Paulo, e se eu fosse dirigente da Fifa já teria desclassificado São Paulo como sede de abertura da copa por falta de planejamento das Autoridades.

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    É patente que haverá farta distribuição de verba$ para infra estrutura de transporte
    para a Copa de 2014, certo? Certo.

    Como haverá verba$, porque não pensarmos em algo que além de servir a copa, servira a cozinha o quarto a sala a lavanderia e a todos os ageiros desta metrópole.

    Apresento mais uma sugestão, sem grandes desapropiações e sem interferir tanto nos aspectos urbanísticos.

    Simples, fazer duas ou quatro linhas de trem nas margens do Rio Tietê, de Guarulhos até Barueri e com ligação com a linha da Marginal Pinheiros ( suspensas ou no nível da marginal).

    E como a moda é o tal do mono trilho, seriam construídas artérias de VLT, partindo ou cruzando a linha mestre às margens do Rio.

    Nas Pontes do Piqueri , Anhanguera, Tatuapé e Ponte Grande em Guarulhos, teríamos de cara intersecção com as linhas da TM, somado ao Metrô Azul na Av Cruzeiro do Sul, Armênia e Tatuapé, bem como somado aos VLT´s para Barra Funda/ Palmeiras; Itaquerão; Portuguesa, Centros de Treinamento na Av. Marques de São Vicente, e outras inúmeras outras possibilidades ao longo do trajeto.

    Num futuro próximo podem ser prolongados até Sorocaba, Tatuí, Mogi das Cruzes, Aruja, São José do Campos e quem sabe até um ramal para Campinas e Viracopos.

    Como autor da sugestão, eu acho ótima e de uso futuro, mesmo após copa.

    O que os amigos acham?

    Muito obrigado

    Paulo Gil

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