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UMA IMPORTANTE HISTÓRIA DA FERROVIA: Os bilhetes Edmonson 67h2h

Típico bilhete ferroviário.O da foto foi emitido pela EFSJ, com numeração de série, válido para ida e volta no trecho entre Jundiaí e Paranapiacaba - Acervo Ayrton Camargo e Silva 1n3620

AYRTON CAMARGO E SILVA

O espetacular desenvolvimento da informática a partir da década de 70 tornou possível sua aplicação em diversos equipamentos envolvidos nos processos que compõe a prestação de um serviço de transporte.Talvez o uso mais conhecido, é no posto central de controle operacional- CCO,onde, por meio de computadores, é possível interagir completamente com a operação dos trens, por meio de equipamentos que conectam os computadores centrais aos trens, que “lêem” as mensagens a eles enviadas por meio de sensores localizados juntos á via permanente.Assim, funções como aceleração, freagem, limites de velocidade, ponto de parada na estação,entre outras informações são diretamente controladas pelos computadores dos CCO’s.A aplicação mais conhecida dessa tecnologia é no metrô de São Paulo, concebido ainda no final dos anos 60 com esses aplicativos.Mas a Estrada de Ferro Vitória Minas também conta com um centro semelhante, que monitora inclusive a temperatura das rodas dos vagões, e os sensores de descarrilhamento de suas longas composições com quase 2 km de extensão.
Como esse desenvolvimento não para, na década de 90, foi a vez da informática revolucionar os sistemas de controle da bilhetagem, surgindo a possibilidade dos antigos bilhetes Edmonson ( utilizados no metrô desde sua inauguração, de papel, com uma tarja magnética no centro contendo informações sobre o tipo e numero de viagens válidas) serem trocados por bilhetes “inteligentes”, que não necessitassem de introdução física em uma leitora ( os bloqueios) , podendo serem reconhecidos pelos equipamentos com um simples toque, conhecidos como os “bilhetes inteligentes” ( em São Paulo, os “Bilhetes Único’), que introduziram a integração temporal entre os modos de transporte.
Fala-se muito nos bilhetes Edmonson.Mas o que é esse Edmonson? Ou melhor, quem foi Edmonson?
Thomas Emondson é reconhecido como o inventor da adoção dos bilhetes impressos em cartõezinhos retangulares, numerados para facilitar o controle de sua emissão e distribuição, que foram adotados por praticamente todas as ferrovias do mundo, bem como por outros modos de transporte ( transporte por barcos e até no transporte rodoviário).Esses bilhetes ficavam em posse dos ageiros durante a viagem e ao longo dela funcionários da companhia de transporte verificavam o trecho percorrido e perfuravam o bilhete, como sinal de que havia sido fiscalizado e ao mesmo tempo invalidando-o.
Edmondson era chefe de estação da ferrovia inglesa “Newcastle & Carlisle e buscou, com sua invenção, substituir os antigos bilhetes escritos á mão.
No Brasil pode-se dizer que todas as grandes ferrovias adotaram esses bilhetes, e até a década de 80 a RFFSA e a Fepasa os utilizavam nos serviços de ageiros de longa distância.Só pouco antes do final da operação desses serviços, já na década de 90 a Fepasa adotou a emissão de agens de forma eletrônica ( similar a uma prosaica nota fiscal) para depois voltar ao sistema de emissão manual de agens, semelhante à RFFSA, resultando em enormes filas nas pouquíssimas bilheterias que ainda vendiam agens de trens de longo percurso.
Há mais de um século a invenção de Edmondson sobrevive nos bilhetes de diversos metrôs e trens metropolitanos do Brasil e exterior, mas já em vias de ser substituída pelos bilhetes de plástico,

Ayrton Camargo e Silva, arquiteto e especialista em transportes ferroviários

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